China e Argentina aliviam tarifas para o Brasil: o que muda no Comércio Exterior agora?

O comércio exterior brasileiro acaba de ganhar novos capítulos decisivos. Em meio ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos — que alterou profundamente a dinâmica das exportações nacionais — surgiram movimentos importantes vindo de dois parceiros estratégicos: China e Argentina.

Essas mudanças abriram uma janela de oportunidades para as empresas brasileiras que atuam no mercado internacional, ao mesmo tempo em que exigem atenção, estratégia e adaptação diante de um cenário global em transformação.


📊 Um cenário que muda as regras do jogo

Segundo levantamento do Ministério da Fazenda divulgado nesta quinta-feira (15), o tarifaço acabou impulsionando as exportações brasileiras para dois destinos-chave: China e Argentina.

A análise considerou o período de agosto a outubro — quando as tarifas americanas subiram para 50% — e comparou os números com o mesmo intervalo de 2024.

O resultado surpreende:

💼 Crescimento das exportações brasileiras

  • China: +25,7%

  • Argentina: +22%

  • Total exportado: US$ 6,5 bilhões

Para a Argentina, os embarques se concentraram em automóveis, caminhões-trator, veículos leves e energia.
Já para a China, o foco esteve em commodities estratégicas como soja, carne bovina, petróleo e minério de ferro.


🌎 Acordos internacionais aceleram a abertura de mercados

Ainda sobre a Argentina, os Estados Unidos zeraram tarifas para o país após um acordo bilateral firmado nesta quinta-feira (13).
O pacto amplia o acesso argentino a exportações americanas, como:

  • medicamentos

  • maquinário

  • veículos

  • produtos agrícolas

E prevê também remoção de tarifas para recursos naturais, fármacos e facilitação do comércio de carne bovina entre as duas nações.

Esse movimento cria novas dinâmicas competitivas na região — afetando diretamente empresas brasileiras que dependem de integração com o mercado argentino.


🏛️ Mudanças no Plano Brasil Soberano: o que sua empresa precisa saber

O Conselho Monetário Nacional (CMN) também aprovou, em reunião extraordinária nesta quinta-feira (15), ajustes importantes nas regras das linhas emergenciais voltadas às empresas afetadas pelo tarifaço.

📌 Principais mudanças:

  • Fornecedores precisam comprovar 1% do faturamento (jul/24 a jun/25) proveniente de exportadores impactados em 5% ou mais pelas tarifas dos EUA.

  • Exportadores agora precisam demonstrar 1% de faturamento impactado (antes era 5%) para acessar o financiamento.

  • A tabela de produtos elegíveis será definida em ato conjunto entre Fazenda e MDIC.

  • Taxas de remuneração ao FGE passam a variar entre 1% e 6% ao ano, conforme porte e finalidade.

O Brasil ainda aguarda a resposta formal dos Estados Unidos à proposta de acordo sobre o tarifaço — com expectativa de retorno até a próxima semana.


🏗️ Infraestrutura: Porto de Paranaguá avança e abre espaço para mega-navios

O Porto de Paranaguá anunciou a ampliação do calado de navios porta-contêineres de 12,8m para 13,3m nos berços 216 e 218.

Isso significa que cada embarcação poderá transportar cerca de 400 TEUs a mais por viagem, sem acréscimo de custos aos operadores.

Por que isso importa?

  • Permite operação de mega-navios de até 366 metros

  • Aumenta a eficiência logística

  • Fortalece a competitividade global do porto

  • Reduz custos estruturais da cadeia

O avanço é resultado de investimentos constantes em dragagem, obras de derrocagem e melhorias estruturais.

O leilão realizado em outubro prevê investimento de R$ 1,23 bilhão nos próximos 25 anos, além de:

  • Ampliação do calado para 15,5 metros

  • Redução de 12,36% na taxa Inframar

  • Tarifa completa somente após cumprimento das metas do contrato


🚛 Reforma Tributária pode elevar em até 47% os custos do setor de transportes

O setor de transportes, elo vital da logística nacional, demonstra forte preocupação diante da Reforma Tributária.
Hoje, a tributação gira em torno de 19,5%, mas com o novo IVA dual — composto por CBS e IBS — o percentual pode subir para 26% a 28%, dependendo do cenário.

A Reforma Tributária:

  • Foi aprovada pela EC 132/2023

  • Regulamentada pela Lei Complementar 214/2025

  • É a maior mudança no sistema fiscal brasileiro em décadas

Principais impactos:

  • Aumento expressivo da carga tributária

  • Elevação dos custos logísticos

  • Possível repasse ao consumidor final

  • Risco inflacionário

  • Pressão nos contratos de transporte e distribuição

Especialistas reforçam que, embora a reforma traga transparência e elimine cumulatividade, o custo operacional deve subir para transportadoras e operadores logísticos.


🔍 Como as empresas podem se preparar?

Para mitigar impactos, especialistas recomendam:

  • Revisão profunda de contratos

  • Ajuste de modelos de precificação

  • Controle rigoroso de aquisições e despesas

  • Planejamento tributário estratégico

  • Mapeamento logístico para evitar repasses excessivos


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